A minha reflexão final para esta sessão divide-se, como a própria sessão, em duas partes. Em primeiro lugar queria abordar, tal como fizemos no debate final, a importância pessoal e profissional da improvisação. Por experiência pessoal, sei que a capacidade de improvisar é como um músculo que precisa de ser treinado com exercícios como os que fizemos nessa aula, de improvisação pura a partir de objectos e de improvisação ligeiramente orientada. Digo que esta capacidade precisa de treino porque não é possível estudar a improvisação e a única maneira de aprende-la é colocarmo-nos perante situações problemáticas, onde, por exemplo, um colega te desafia para continuar, em poucos segundos, a trama de uma história. Assim, repetindo estes exercícios, que entre as outras coisas são muito engraçados, iremos adquirir a capacidade de ser nós a dar o primeiro passo e a desafiar os outros ou mesmo a resolver rapidamente uma situação problemática. Adquirir esta capacidade, para um animador sociocultural, é fundamental, pois haverá sempre problemas de logística, de dinâmica do grupo ou de tensão com o nosso público-alvo e muitas vezes reagir como num exercício de improvisação teatral é a solução melhor. Também na própria área do teatro a improvisação permite-nos construir actividades e jogos partindo basicamente de poucas coisas, alcançando com estas actividades objectivos fundamentais como o espírito de grupo e a perda de inibição dos participantes. A nível pessoal, o treino desta capacidade é para mim fundamental porque se, como quero, num futuro me irei afirmar como contador de histórias terei de habituar-me ao facto de, como já me acontece, um miúdo na primeira fila interromper o meu conto e ter de improvisar a partir das suas palavras o resto da minha história. Creio que estes exercícios e esta maneira de resolver os problemas são muito interessante também a nível mental, porque a improvisação obriga-nos a puxar pela cabeça para encontrar rapidamente as palavras para responder.
A segunda reflexão estrutura-se acerca da primeira abordagem que tivemos com o teatro de objectos. Acho este género teatral, (pouco desenvolvido em Portugal e em Itália, mas que pode contar com grandes companhias em outros países como França), muito fascinante porque recupera os jogos infantis e as suas regras, onde um objecto se transforma numa personagem e onde é a mão do manipulador que manda os seus movimentos. Todavia, como vimos nesta sessão, é uma modalidade muito difícil porque implica várias regras de manipulação, se calhar mais difícil do que as próprias marionetas. Num futuro profissional poderei utilizar o teatro de objectos para improvisar, mais uma vez, pequenos espectáculos teatrais em vários contextos, sobretudo com um público infanto-juvenil, utilizando-o para contar partes de histórias ou para dinamizar leituras. A parte mais interessante do trabalho que fizemos na aula foi, com certeza, a descoberta deste novo género teatral, que me permitiu descobrir uma outra maneira, a mim desconhecida, de fazer teatro.