25 de outubro de 2009

Cinco objectos fazem uma história

Sentados em roda fomos divididos em grupos com o simples sistema dos números: o professor atribuiu a cada um um número de 1 a 5, formando assim cinco grupos homogéneos. A seguir, foram postos no meio da roda cinco objectos: duas malas, um tacho, uma concha da sopa e uma vassoura de vime. A tarefa de cada grupo consistia em ir para o meio da roda e muito rapidamente, utilizando os objectos para os seus fins verdadeiros ou inventados, improvisar a representação de alguma cena. Aconteceu assim que quem entre os participantes dos grupos era mais rápido a encontrar uma utilização para um objecto e um princípio de relação com as outras pessoas começava uma história, quase obrigando os outros a ir atrás do fio lançado. Assim criaram-se pequenas dramatizações como um engarrafamento no trânsito ou uma creche com bebes malcheirosos. A tarefa mais difícil era, para alguns, ir atrás duma história pensada por outros, deixando de lado a própria versão da utilização do objecto e a própria ideia de situação, e para outros encontrar uma prossecução ou uma solução ao problema apresentado no início da representação.

O exercício seguinte, depois de ter sido dada a possibilidade a todos os grupos de improvisar totalmente, foi outra vez começar uma improvisação partindo dum local dado pelo professor. O exercício era parecido ao primeiro, com a obrigação de utilizar os objectos, de interagir entre os participantes e de seguir o fio da história lançada, mas desta vez todo o grupo tinha o ponto de partida igual e definido. Todavia, também assim, a pessoa mais rápida acabava por decidir a maneira como a história se ia desenrolar. As sugestões de locais dadas foram: um templo, uma paragem de autocarro, um museu, um restaurante e a encenação de uma peça teatral portuguesa.

Estes dois exercícios foram um começo da improvisação, um primeiro treino livre desta área do teatro, desenvolvida ao máximo, por exemplo, no teatro desporto. Como vimos, às vezes, é bastante difícil interagir rapidamente com outros participantes quando cada um tem na cabeça uma versão da história. Isso, para além de introduzir-nos cada vez mais no mundo do teatro, contribui para construir um grupo da turma, baseando as nossas relações na experiência comum de situações novas como esta.


Pura improvisação
Fonte. Autoria própria

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