16 de novembro de 2009

Teatro das sombras. Vamos experimentar

Depois da teoria foi a vez da prática, para aprender experimentando as técnicas, as dificuldades e as mais-valias do teatro das sombras. Depois de nos termos dividido em grupos de 5 ou 6 elementos foram dadas a cada grupo duas partes consecutivas de uma história já amplamente trabalhada nas aulas, a do Capuchinho Vermelho, na versão onde o caçador liberta a menina e a sua avó e enche a barriga do lobo com pedras. A cada grupo foram atribuídos dois cartões como estes e a tarefa de, em 40 minutos, construir as silhuetas necessárias para representar as próprias cenas com o teatro das sombras de maneira a construir em conjunto o conto inteiro. Os materiais dados a cada grupo foram cartolinas, papel filme colorido, tesouras, cola, fita-cola e palhinhas para manipular as figuras uma vez ultimadas. O trabalho dos grupos foi sobretudo à volta da decisão do que era fundamental existir em cena e sobre os papéis de cada um, uma das maiores preocupações, de facto, era o pouco tempo e a necessidade de realizar as figuras. Nesta fase de preparação tivemos também de encontrar tempo para ensaiar atrás do ecrã, para combinar as posições de cada um, as entradas e as saídas das personagens e os movimentos básicos. Infelizmente, pelo menos no meu grupo, neste pouco tempo, as falas foram deixadas à improvisação de cada um, confiando assim na capacidade de interagir uns com os outros e na flexibilidade.


Cartões atribuidos a cada grupo
Fonte: Autoria própria


Materiais utilizados
Fonte: Autoria própria

O trabalho final consistiu na representação do conto todo seguido, mas, para não criar problemas de ruído de fundo e de desconcentração, como aconteceu outras vezes, foi decidido parar a acção e desligar o retroprojector cada vez que um grupo terminava a sua parte, para dar tempo e tranquilidade ao grupo seguinte de se preparar. O resultado final é apresentado no vídeo seguinte. O vídeo foi gravado e montado por mim por isso a qualidade do som não é óptima e sobretudo não apresenta a primeira parte da representação, sendo eu, nesta parte, um dos manipuladores.


Trabalho final
Fonte: Autoria própria

Esta primeira abordagem ao teatro das sombras revelou-se muito interessante sobretudo em relação à facilidade, à velocidade e à criatividade com a qual conseguimos criar as silhuetas em tão pouco tempo. Todavia, encontrei bastantes dificuldades na manipulação das figuras e reparei também nisso no trabalho dos meus colegas. Se calhar tivemos demasiada atenção relativamente à realização artística das silhuetas e não investimos o suficiente no praticar e no ensaiar atrás do ecrã. Este é um erro que, em futuros ambientes profissionais, não podemos voltar a repetir. O teatro das sombras, na óptica da oferta de um panorama cada vez mais abrangente de novos estímulos culturais aos nossos públicos, já desenvolvida neste blog, é uma óptima ferramenta de trabalho, mas não podemos esquecer a qualidade da oferta apresentada. Por isso acho esta técnica ainda bastante difícil de actuar ou pelo menos acho fundamentais os ensaios e a aquisição de experiencia na manipulação, tanto como na construção das figuras, antes de utilizar o teatro das sombras em contextos profissionais.

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