16 de novembro de 2009

Teatro das sombras. Teoria.

Para abordar várias técnicas e escolas do teatro, nesta sessão começámos a trabalhar o teatro das sombras. Inicialmente o professor deu-nos uma breve explicação teórica sobre os recursos, as técnicas e as atenções que é preciso ter quando se trabalha com as sombras. Há duas maneiras de representar as sombras para um público: a primeira consiste em utilizar uma fonte de luz, um projector ou melhor ainda um retroprojector atrás dum painel com um ecrã branco, de papel ou de tecido. Os manipuladores encontram-se, escondidos, entre a fonte de luz e o ecrã e o público está do outro lado do ecrã. Nesta modalidade os manipuladores vêem as mesmas imagens do público invertidas, encontrando-se do outro lado do ecrã.


Primeiro esquema
Fonte: Autoria própria

Na segunda modalidade, como numa sala de aulas, o manipulador trabalha no retroprojector atrás do público, uma vez que o ecrã é a parede ou um painel branco em frente do público. Esta técnica pode ser usada para aumentar a interactividade, uma vez que os manipuladores estão visíveis atrás do público e podem pedir ajuda às pessoas, por exemplo, para as vozes ou os sons que são necessários no desenvolvimento da peça. Claramente, sobretudo com crianças pequenas, a primeira técnica é mais rica em mistério e magia.


Segundo esquema
Fonte: Autoria própria

Também a distância entre a figura projectada e o ponto de luz interessa porque quanto mais perto uma figura esteja da luz, maior essa será projectada no ecrã, mas com uma menor nitidez. Por outro lado uma figura muito próxima do ecrã manterá as suas dimensões originais e a sombra será muito escura e definida. Pode-se utilizar esta técnica para dar mais força a imagens e as palavras na cena, por exemplo, se um lobo mau aparece de longe pode-se aproximar a sua silhueta do ponto de luz até ao ecrã para dar a impressão da chegada ou outros truques deste género.

Um outro ponto muito importante para aprender esta técnica é a utilização dos materiais para construir as silhuetas que irão projectar as sombras no ecrã. Uma silhueta de papel normal ou de cartolina projecta uma sombra preta opaca e não permite a sobreposição das figuras. Pelo contrário, a construção de papel filme colorido apresenta uma sombra da cor do papel e permite misturar as figuras e as próprias cores, segundo o esquema seguinte.


Esquema das cores

Este tipo de papel, por ser mais leve, pode ser utilizado também para fazer a roupa das personagens, ou as partes internas das figuras, para deixar passar mais luz e dar cor a toda a cena. As figuras, além que coloridas, podem ser articuladas, utilizando tachas para juntar as duas partes. Assim, os membros separados podem ser deixados livres para que baloicem ou ser manipulados separadamente, como no caso dum maxilar inferior duma personagem.

Finalmente, a última coisa à qual é preciso prestar atenção, talvez seja aliás a mais importante, é a manipulação. De facto, é muito difícil manipular bem uma figura para que o público veja completamente os movimentos e não se distraia porque a personagem começar a voar na cena ou porque aparece a cabeça do manipulador. Para preparar esta parte, além de ter atenção à regra da sobreposição, a única coisa a fazer é praticar, experimentar e ensaiar de maneira a trabalhar bem em conjunto, tendo bem em conta o espaço de luz delimitado no ecrã, as proporções e os movimentos das outras personagens.

Sem comentários:

Enviar um comentário