A cenografia criou-nos, desde o início, bastantes problemas quer por a representação da peça ser na sala de aulas, quer pela necessidade de ter cenografias minimalistas, rápidas de montar e desmontar, dado que todos os grupos irão apresentar o seu trabalho no mesmo dia, quer pela realização das cenas de sexo, fundamentais para o desenvolvimento da nossa história. A primeira solução encontrada foi a utilização duma cortina, representando o convento, atrás da qual realizar as partes mais picantes. A dúvida agora, sanável só nos ensaios, é entre a escolha de um pano branco ou um pano preto para a cortina. A ideia do pano branco nasceu da sugestão de realizar as cenas de sexo só com as sombras das personagens, realizadas graças a luz dum projector, mas continuo a pensar que será bastante difícil projectar no pano sombras nítidas de duas pessoas abraçadas e o problema de sobreposição das sombras mantêm-se de difícil solução. Além disso, a cortina seria útil também para a troca de figurinos e o pano branco pode não esconder suficientemente. Assim, as opiniões no seio do grupo parecem tender mais para a escolha do pano preto. Um outro problema da cortina é a estrutura que a sustem. Inicialmente tínhamos pensado numa complicada estrutura em madeira dobrável que permitia criar uma “porta” onde pendurar a cortina. Observando os custos desta obra e analisando mais no particular a sala de aulas decidimos simplesmente estender um fio entre dois parafusos já presentes nas paredes e pendurar a cortina neste fio.
Um outro ponto central da cenografia é a presença de um crucifixo, quer para criar o ambiente dum convento quer para a irónica cena final. Por isso, e para pendurar também o calendário do qual falámos no post anterior, precisávamos de um elemento cénico, pois decidimos em conjunto não pendurar nem o crucifixo nem o calendário na parede. Escolhemos enfim a parte detrás de um armário, também presente na sala, tendo em conta que iremos colar o crucifixo e o calendário com uma pasta adesiva, sendo todo o armário de contraplacado e não podendo sustentar pregos ou parafusos.
Enfim o último problema da cenografia era relativo às entradas e às saídas dos personagens, assim como as suas trocas de roupa, porque a sala de aula não tem, como um palco, bastidores nem saídas predefinidas. Escolhemos utilizar o fantocheiro preto da sala como saída do lado direito do “palco”. Esta escolha é unicamente derivada da existência na sala desta estrutura e da necessidade de ter um bastidor além da cortina.
Assim o palco apresentará uma cortina pendurada num fio do lado esquerdo do público, um armário com crucifixo e calendário no centro da cena, encostado a parede, e uma saída do lado direito, mascarada com o fantocheiro.
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